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Noticiário - Antonio Roque Citadini

Friday, May 04, 2007

Presidente da Fifa desconfia de negócios do MSI, diz jornal

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, prometeu apresentar até o final do mês, durante a Assembléia Geral da entidade, os resultados preliminares da investigação feita sobre o Corinthians e o uso do dinheiro do seu parceiro, o MSI (Media Sports Investment).

A informação é da edição desta quinta do jornal O Estado de S. Paulo. "Há um eixo de transferência de jogadores da Argentina e Brasil para a Europa. Isso é muito estranho", afirmou Blatter, que lembrou da saída de Tevez do time alvinegro.

"De lá, foi para o West Ham (da Inglaterra). Esse caminho não é lógico. O Corinthians está sob vigilância", acrescentou ao jornal.

Lancepress!

(Terra, Esportes, http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro2007/interna/0,,OI1591959-EI8817,00.html, 04/05/2007, 00h29)

Wednesday, May 02, 2007

West Ham mantém Tevez, mas é multado em £5,5 milhões de libras

A desastrosa temporada do West Ham United piorou ainda mais ontem, mas à noite eles ainda conseguiram costurar um acordo com a Premier League permitindo ao atacante argentino Carlos Tevez jogar hoje contra o Wigan na luta para evitar o rebaixamento, depois de receber multa de £5,5 milhões de libras, pena sem precedentes no mundo, em meio à saga pesarosa de trazer o jogador a Upton Park.

Num dia incomum para um clube em uma temporada tumultuada, a Premier League desistiu de subtrair pontos do West Ham, mas lhe impôs uma multa histórica descrita pela comissão da Premier League por uma ação de "desonestidade e fraude". A multa de £5,5 milhões de libras para os hammers pode parecer draconiana, mas é para o clube se considerar afortunado pelo fato de não perder pontos, o que seguramente o condenadaria ao rebaixamento faltando só três partidas no certame. Eles poderiam ser multados em £8 milhões de libras se não admitissem sua culpa.

A Premier League também determinou o cancelamento do contrato de Tevez com o West Ham, por rompimento das regras da Liga, devendo ser encerrado, mas durante a noite executivos do clube conseguiram obter um novo acordo permitirindo-o jogar hoje. Eggert Magnusson, o presidente do West Ham, agora está empenhado em entrar com uma ação legal contra seu predecessor, Terry Brown, de quem comprou o clube em dezembro.

Os negócios feitos em agosto trouxeram o internacional Tevez e seu companheiro argentino Javier Mascherano ao West Ham, e uma conspiração subseqüente escondeu a natureza ilegal de seus contratos, que permaneciam sigilosos. Ontem, a comissão deixou clara a corrupção e a incompetência no coração do West Ham, permitindo manter negócios apesar do fato de se quebrar as regras da Premier League.

Entre os responsáveis, o relatório criticou a atitude contundente de Paul Aldridge, o antigo diretor geral, que, segundo a comissão apurou, sustentou uma "mentira deslavada" diante de Richard Scudamore, diretor geral da Premier League, sobre as transferências. Aldridge deixou o clube quando Magnusson o assumiu e, junto com Brown, poderá ser réu da ação legal do West Ham.

Scott Duxbury, o segundo homem chave no relatório, era à época diretor comercial e jurídico do West Ham , e ainda permanece no clube. Ele aparentemente desempenhou um papel extraordinário para enganar funcionários da Premier League quanto à natureza verdadeira dos contratos de seus jogadores. Embora Duxbury ficasse com a função de auditor depois da posse de Magnusson, sua posição passou a ser questionada.

Em todo o relatório da comissão, conta um investigador, a história maquiavélica é de um clube que na última semana de agosto 2006, na janela de transferências, "ocupou-se intensivamente" com a notícia de uma potencial mudança de controle e, então, repentinamente apresentou a possibilidade de adquirir duas estrelas internacionais. Neste espaço de tempo de pressões para fazer negócios mediou tratativas com as companhias que possuíam os direitos de Tevez e de Mascherano, rompendo com a norma U18 das regras da Premier League.

A violação à U18 - pela qual o West Ham foi multado em £2,5 milhões de libras - adverte os clubes sobre fazer acordos em que uma terceira parte possa ganhar influência sobre a equipe. O segredo da negociação feita por Tevez e Mascherano foi exatamente isso. Incrivelmente, dentro do acordo, MSI e Just Sports Inc. determinavam que Tevez poderia ser negociado na janela de janeiro deste ano por um pagamento de £2 milhões de libras ao West Ham. Nas transferências subseqüentes, as duas companhias poderiam intermediar sua venda em troca de £100.000 libras.

Do mesmo modo, Mascherano, que se transferiu para o Liverpool num negócio aprovado pela Premier League, também poderia ser vendido ao sabor da companhia que o possuía. GSA e Mystere Services Limited podiam determinar ao West Ham vender o meio-campo em troca de uma comissão de £150.000 libras. Submetidos a tais condições nem o clube que os recebesse, nem o West Ham, nem os dois argentinos, teriam qualquer escolha de como e quando partiriam.

Por assinar esses dois negócios, o West Ham imediatamente rompeu o dispositivo U18, mesmo que Magnusson e o gerente Alan Curbishley declarassem em seus depoimentos que eles nunca se submeteram à influencia das companhias dos jogadores.

O encobrimento que acompanhou os negócios era o que aterrissou no West Ham em ruptura à regra B13, determinando que os clubes agissem com "extrema boa-fé" entre si e com a Premier League. Isso certamente não aconteceu no comportamento do West Ham. A comissão disse que em conversas com o secretário geral da Premier League, Jane Purdon, Duxbury - Purdon alegou - exigiu-se grande empenho para ocultar a natureza verdadeira dos negócios.

A defesa de Duxbury foi extraordinária. Primeiro alegou nunca ter ouvido falar da regra U18 - apesar de ser o executivo jurídico do clube. Então, jogou a culpa em Aldridge que, ele alegou, o havia pressionado para não expor os detalhes dos acordos com terceiros. A influência de Aldridge despontou quando Scudamore indagou-o diretamente se havia qualquer envolvimento com terceiros interessados. O relatório apontou que o diretor geral da Premier League recebera "garantia categórica" de Aldridge que nenhuma transgressão acontecera. Sem surpresas, o relatório incrimina Aldridge, Duxbury e Brown, culminando na "farsa" de Aldridge diante de Scudamore. A pressa em assinar com os jogadores levou-os a ocultar os detalhes do negócio, e não apenas até janeiro, mas até quando Duxbury fosse a Magnusson passar a limpo que deveria ter enviado os contratos à Premier League.

O relatório levantou que muitos clubes sustentam que o West Ham merecia ter pontos subtraídos por tão flagrante descaso com as regras. No entanto, eles compadeceram-se de seus torcedores e da luta contra o rebaixamento nesta temporada. No contexto de um golpe duro o parecer mostrou-se notavelmente sentimental.

O montante das multas teve a intenção de criar um impedimento, assim como uma reflexão, quanto às vantagens ganhas através da assinatura com dois jogadores por praticamente nada - embora saiba-se que foram desembolsadas comissões com os agentes somando mais de £700.000 libras. Numa temporada em que eles ficaram divididos pela inquietação dos jogadores, e a demissão de Alan Pardew, que foi o pivô de uma disputa por seu controle, o West Ham pode se considerar afortunado pela punição não incidir em seu pontos.

Os clubes sob investigação: Outras multas pesadas

£1,5 milhão (Tottenham)

Os Spurs foram multados em £1,5 milhão de libras por irregularidades financeiras em 1994. A multa original era de £600.000 libras com uma redução de 12 pontos e a eliminação na FA Cup. As duas últimas sanções foram canceladas, mas a multa foi aumentada.
£300.000 (Chelsea)
£200.000 (José Mourinho)
£100,000 (Ashley Cole)

Por sua participação no escândalo de "mala-preta", Ashley Cole e José Mourinho foram multados depois de serem flagrados numa reunião no Grosvenor House Hotel em Londres em janeiro de 2005. O clube também recebeu uma multa pesada.

£175.000 (Arsenal)

O arsenal foi multado em £175.000 libras por não conseguir controlar seus jogadores depois de um jogo pela Liga em 2003 em Old Trafford (em partida contra o Manchester United). Martin Keown (£20.000), Lauren (£40.000), Ray Parlour (£10.000), o capitão Patrick Vieira (£20.000) e Ashley Cole (£10.000) foram multados por participarem da briga.

(The Independent, http://sport.independent.co.uk/football/premiership/article2491798.ece, 02/05/2007)

Tuesday, May 01, 2007

Hammers apreensivos com Tevez

O West Ham pode contar com Carlos Tevez em seus dois últimos ruidosos choques para evitar o rebaixamento.

SunSport esclarece que os Hammers não definiram acordo com os proprietários de Tevez, MSI, sobre sua contratação.

E, se eles não conseguirem fechar a negociação, a MSI não permitirá à estrela argentina disputar partida em casa no sábado contra o Bolton, nem o compromisso final da temporada em visita ao Manchester United.

A Premier League declarou que Tevez pode continuar jogando pelo West Ham, apesar de multar o clube em £5,5 milhões de libras pela omissão de informações sobre a contratação do jogador.

Contudo, o astro — que inspirou as esperanças dos Hammers em evitar o descenso — permanece como propriedade da MSI e seu proprietário Kia Joorabchian, derrotado em uma disputa de aquisição na Premiership.

O SunSport entende que o magnata Joorabchian ficou exposto por inúmeros problemas legais depois que a nova papelada foi enviada pelo West Ham United à Premier League, permitindo a Tevez jogar na vitória de 3 a 0 sobre o Wigan no sábado.

A MSI também está preocupada em como ficam seus direitos sobre Tevez na Premier League e mesmo se a liga reconhece a companhia.

Uma fonte próxima de Joorabchian insistiu que "muitas questões têm que ser resolvidas."

Disse: "Kia tem um forte apreço pelo West Ham e, como parte disto, quer a permanência de Carlos no time."

"No entanto, se o clube não negociar com a MSI ou ocorrer coisa do gênero, então Carlos não poderá mais jogar no West Ham."

SHAUN CUSTIS

(The Sun, http://www.thesun.co.uk/article/0,,2002390000-2007200063,00.html, 01/05/2007)

Monday, April 30, 2007

Jewell acusa a Liga de 'conspirar' sobre Tevez


Michael Walker
The Guardian

Paul Jewell, técnico do Wigan Athletic, disse que a Premier League "conspirou" quando puniu o West Ham United sobre o caso envolvendo Carlos Tevez. O West Ham foi multado em £5,5 milhões de libras, mas não recebeu nenhuma dedução de pontos, e Jewell revelou que o seu clube tinha sido contatado, depois da decisão de sexta-feira passada determinada por uma comissão da Premier League, o qual foi sondado por funcionários do Wigan para derrotar o West Ham no sábado por causa da inadequada natureza da punição.

Depois da vitória do West Ham na qual Tevez foi decisivo, Jewell disse que um "precedente" tinha sido aberto onde os clubes podem esperar sanções financeiras ao invés de uma perda de pontos por colocar em campo jogadores de forma irregular. Ele ampliou o assunto mencionando "outros clubes londrinos do topo da Liga", que podem usar acordos com terceiros para contratar jogadores. Jewell disse que as autoridades do futebol "estão com medo do que eles poderiam descobrir" caso fossem forçados a investigar a fundo a prática de certos clubes.

"Um informante contou a uma pessoa ligada a mim: 'Por favor, vençam o West Ham no sábado'", revelou Jewell, "eles [a Premier League] sabem que eles, no fundo, conspiraram. Eu acho que é um precedente. É contra o regulamento. Aposto um milhão de libras que o West Ham teria perdido pontos se ele estivesse esquecido no fundo da tabela, como o Watford. Acho que as pessoas que controlam o jogo, estão com medo do que eles talvez possam encontrar".


A vitória do West Ham sobre o Wigan deixou os dois clubes separados pela diferença de apenas um gol, mas Jewell enfatizou que estaria fazendo suas observações "se estivéssemos no topo da Liga". "Deixe eu colocar as coisas corretamente", disse, "o West Ham jogou melhor do que a gente, eles mereceram ganhar. E eu não gostaria de subir por causa disso [uma dedução de pontos]. Mas eu tenho noção sobre o certo e o errado e uma multa não é a punição correta. Mas isto devia ter sido feito na hora correta. Existem pessoas na Premier League desesperadas para que o West Ham não conseguisse muitos pontos nesta fase.

"Para ser sincero suspeitei de uma tramóia quando o Accrington Stanley foi punido - enquanto o Bury foi expulso da FA Cup por colocar em campo um jogador desqualificado - e quando ficou claro que o West Ham, talvez tenha feito a mesma coisa, eu acho que eles [as autoridades] pensaram juntos e disseram 'não tirem pontos do Accrington Stanley, melhor multá-lo'. E, eu tenho que dizer, se eles encontrarem um terceiro como proprietário de Tevez, talvez então eles tenham que investigar outros clubes de Londres do topo da Liga".

(The Guardian, http://football.guardian.co.uk/News_Story/0,,2068460,00.html, 30/04/2007)

Inquérito perdoa os Hammers

Michael Walker – direto do JJB Stadium

The Guardian

O West Ham United reuniu 5.000 torcedores no sábado, mas não tinha razão alguma para que eles se preocupassem: já tiveram seu milagre. Ou uma carnificina, talvez alguns digam. Vinte e quatro horas antes, cortesia da investigação da Premier League no caso de Carlos Tevez, o West Ham recebeu uma multa de £5.5milhões de libras por quebra do regulamento, mas nenhuma dedução de pontos.

Apesar de a Premier League ter considerado que o West Ham forjou "uma mentira deslavada" sobre o tipo de contrato de Tevez para acomodar o argentino em Upton Park, no último dia da janela de transferências, em agosto de 2006, e apesar das suspeitas, desde então, sobre a integridade de seus negócios, só na sexta-feira, em meio a uma opressiva batalha de punição, a liga decidiu impor uma multa.

Quando finalmente ocorreu, a multa ficou longe de ser a devida penalidade. Aparentemente £5,5milhões de libras parecem ser uma punição severa, mas, analisando bem, é muito melhor para o West Ham permanecer e prosperar, pois será à custa de outro clube que não receberá novos direitos de TV e tudo o mais que significa para um clube poder competir nesta divisão.

Então, pra variar, o resultado de sábado relembrou os antigos ditados sobre onde há fumaça há fogo. Assim como Alan Curbishley disse, depois desta salvação pela vitória, que o West Ham agora tem "força" e depois conseguirá a permissão para novo registro de Tevez e também pensará em uma Copa do Mundo logo à frente. Alguns fãs do West Ham podem questionar sobre qual a contribuição de Tevez desde sua chegada com Javier Mascherano, mas ninguém está disposto a argumentar que não presenciou a participação de Tevez aqui, nem no segundo ou no terceiro gol, ou sua total prontidão para lutar pela equipe. Se £5,5milhões de libras fossem a custo pela transferência de Tevez, quem iria criticar? Nem Curbishley, nem Paul Jewell.

O jogador é aparentemente inocente, assim como Curbishley, mas se o West Ham encarar a assinatura do contrato de Tevez como um mero erro administrativo feito pela antiga administração, sua credibilidade já abalada estará correndo ainda mais perigo.

Scott Duxbury continua trabalhando no clube, é seu representante jurídico, o mesmo que, de acordo com a comissão independente da Premiership, "enganou" a Liga sobre os proprietários de Tevez e de Mascherano. Como?

Portanto, numa tarde que deveria ter sido celebrada pelo West Ham, o gosto foi amargo, e levantou muitas dúvidas sobre a competição. No sábado, foi aguçada a curiosidade de saber quem é mais importante para o futebol inglês: Curbishley, Jewell ou Pini Zahavi? E quem possui os jogadores do PSV Eindhoven? Quem é o proprietário do Corinthians, antigo clube de Tevez? Quem é o dono do Royal Antwerp ou do Beyeren, na Bélgica?

Quais os outros clubes europeus que existem como “satélites” e são fracionados, existindo para propiciar facilidades à Premiership – interesses prioritários – enquanto nos pequenos times as transferências levam mais tempo para se completar?

Assim como o Wigan Athletic vacilou no pontapé inicial e foi piorando, Jewell deveria desejar a possibilidade de apressar aproximadamente oito de suas transferências. Robert Green não foi notável, mas o seu oposto, John Filan, assegurou seu lugar na súmula da partida com uma louca carga da sua linha em meia hora. Luís Boa Morte, acionando a disputa com Lucas Neill, apenas teve que levantar a bola sobre Filan que então concluiu.

Os londrinos estavam no caminho, e quando Yossi Benayoun fez seus 2-0 aos 57 minutos, com um gol iniciado por Tevez e George McCartney, os pontos foram para o West Ham. O Wigan estava terrível e aos 82 minutos, Tevez lançou para Nigel Reo-Coker que, através de Boa Morte, preparou o substituto Marlon Harewood para o terceiro.

O West Ham se juntou ao Wigan com 35 pontos. A diferença de gols entre o Wigan e o West Ham era de 11 gols a favor do Wigan, antes do inicio do jogo. No final era de cinco. "Entramos nervosos, sem criatividade, desprovidos de energia", disse Jewell, "parecia que ser o dia deles. Estamos nos sentindo horríveis agora, mas inda estamos numa posição melhor do que a do West Ham e do Charlton. Minha preocupação é a de nós não ganharmos outra partida". O próximo jogo será com o Middlesbrough, em casa, então o Wigan é favorito.

Quanto ao Curbishley, ele deve repetir: "Nós nos demos uma chance". Eles têm, mas sua corrida em campo é ajudada pela direção do vento.

O homem do jogo: Carlos Tevez (West Ham United)

Jogos restantes:
Wigan Athletic: 05 de Maio – Middlesbrough(h);
13 de Maio - Sheffield Utd (a).

West Ham United: 05 de Maio - Bolton (h);
13 de Maio - Man Utd (a).

(The Guardian, http://football.guardian.co.uk/Match_Report/0,,2068463,00.html, 30/04/2007)

Sunday, April 29, 2007

Tevez acha justa multa dos Hammers

Ian Whittell

The Observer

Vinte e quatro horas que poderiam provar ser as mais importantes na recente história do West Ham foram concluídas no JJB Stadium, onde a equipe de Alan Curbishley passeou na vitória sem grande brilho para o time, nem para Carlos Tevez, o homem no centro da controvérsia.

Além do mais, os 90 minutos em campo foram ofuscado pelos acontecimentos do inquérito da Premier League, na sexta-feira, no qual o West Ham escapou da dedução de pontos por irregularidades na assinatura dos contratos de Tevez e de Javier Mascherano, em agosto passado. Uma multa de £5.5 milhões de libras 'não pegou muito bem', de acordo com Curbishley, mas ficou a inevitável impressão de que os Hammers tinham escapado por pouco. Certamente, essa foi a interpretação do Wigan dos acontecimentos.

'Isto faz parecer que nenhum clube perderá pontos a menos que esteja falido', disse Dave Whelan, presidente do Wigan. 'Esta certamente parece ser a conduta que a Premier League adotou depois destes acontecimentos. Boa sorte para o West Ham porque eles escaparam desta.

'A Premier League, por que diabos eles fizeram isso, levaram tanto tempo para arrumar um problema para a cabeça?' acrescentou ele. 'Se tivesse sido o Wigan que tivesse quebrado as regras desta forma, eu seriamente acredito que nós teríamos perdido uns 10 pontos.

Muitos aspectos relevantes foram levantados no desabafo de Whelan, mas levando em conta os jogos que precederam seus comentários, o fato inegável é que o West Ham atualmente merece muito mais um lugar no Premiership do que o Wigan, especialmente depois de uma série de cinco vitórias em seus sete jogos anteriores.

'Eu não quero que isto soe como um ressentimento', disse o técnico do Wigan, Paul Jewell. 'E eu não quero que ninguém seja rebaixado por causa de um erro administrativo. Mas eu sabia, baseado nos acontecimentos, que diríam ter ouvido dizer que faltando apenas dois ou três jogos para o final, não haveria dedução de pontos.'

'Eu fiz a pergunta antes da partida, o que aconteceria se eu colocasse Antonio Valença para jogar, que está suspenso hoje? Eu o teria colocado em campo se pudesse escapar das conseqüências com uma multa de meio milhão de libras, porque este jogo vale muito mais para nós.'

'Se isso tivesse sido com o Wigan ou com o Watford, ou se o West Ham já tivesse sido rebaixado, eles teriam descontado os pontos', acrescentou Jewell. 'Uma das razões por que eles não fizeram isso foi por causa dos fãs. O que isso significa? Os seus torcedores foram fantásticos, eles são defensores apaixonados, mas o que isso quer dizer? Se você tiver uma grande torcida você não poderá sofrer deduções de pontos?'

Novamente, os pontos perfeitamente válidos deram um colapso estarrecedor a esta temporada. Jewell não pode pedir mais nem menos do que sua equipe ter seu destino nas próprias mãos, nas duas partidas finais do campeonato, embora, na opinião do técnico, ele seja suficientemente honesto para se preocupar que, desta forma, eles não ganharão nem escanteio, resta-lhes o jogo apenas.

A partir deste momento, do pontapé inicial, em que Matt Jackson e Leighton hesitaram em deixar a bola livre na própria área dos pênaltis, o Wigan estava com um pé atrás, não possuindo nenhuma resposta para a astúcia e a serenidade de Tevez e de Yossi Benayoun.

Em meia hora, o West Ham disse a que veio, merecendo a vitória por seus esforços no primeiro tempo, embora estivesse muito mais rudimentar do que se esperava, e talvez tenha só explorado falhas defensivas do Wigan. Um longo chute adiante de Lucas Neill chacoalhou a defesa já trêmula do Wigan e forçou John Filan a errar numa corrida na sua área. Luis Boa Morte considerou o ataque melhor do que a defesa e o zagueiro Emmerson Boyce, enfiando a bola a frente da dupla e dentro do gol do Wigan a uma distância de 20 jardas.

Aos 54 minutos de jogo, Jewell já tinha usado as suas três substituições, uma jogada que parecia ser a última da partida, então foi a prova. Três minutos mais tarde, Tevez rompeu a defesa como um relâmpago depois de um ataque mal sucedido do Wigan e passou para George McCartney, que encontrou Bobby Zamora na área do Wigan. O atacante se virou habilidosamente e abriu a contagem, passando para Benayoun, o qual, com apenas Filan para bater, não cometeu nenhum erro.

Tevez ganha na corrida, Nigel Reo-Coker vendo a área livre, antes da substituição de Marlon Harewood, consuma a derrota aos 82 minutos de jogo, aparecendo no final de outra brecha. Reo-Coker lança para Boa Morte marcar o gol.

'Eu venho dizendo que nós precisamos de 38 pontos para podermos ter uma chance', disse Curbishley, cujo time está agora há três tímidos pontos dessa marca.

'Este ainda é o caso, e com 38 pontos, nós ainda estaríamos dependendo dos resultados dos outros. Mas no momento, e da forma como estamos jogando, por que nós não podemos ganhar mais pontos?'

(The Guardian, http://football.guardian.co.uk/Observer_Match_Report/0,,2068006,00.html, 29/04/2007)

Powell usa ombro para salvar Warnock

Stuart James
The Observer

Neil Warnock criticou a Premier League ontem à noite por sua falha em não ter imposto uma perda de pontos ao West Ham United, depois que o clube londrino foi considerado culpado por irregularidades nos contratos de Carlos Tevez e de Javier Mascherano. O técnico do Sheffield United, que viu se esvair uma preciosa chance de ganhar três pontos e subir três posições para fora da zona de rebaixamento, sugeriu que o West Ham tenha recebido tratamento preferencial.

'Se tivesse sido com o Sheffield United, com o Watford ou com o Wigan, eu acho que teriam aplicado uma dedução de pontos', reivindicou Warnock. 'Se eu sou honesto, acho que todo mundo sabe disso. Eu acredito que eles (a Premier League) deram uma bola fora, pois agora, você pode fazer o que quiser e mesmo assim não perde pontos. Eu não vejo como alguém no momento possa sofrer uma redução de pontos. Tenho pena do meu antigo clube, o Burry, sendo expulso da FA Cup por causa de um jogador com o qual eles cometeram um erro'.

Warnock estava com um humor diferentemente exaltado, se recusando a gritar com o árbitro, Martin Atkinson, por sua falha em rejeitar Clarke Carlisle depois que o goleiro do Watford, já na reserva, claramente empurrou Jon Stead antes do intervalo. Atkinson percebeu a ofensa, mas inexplicavelmente, penalizou Danny Shittu, dando, ao invés disso, um cartão amarelo para o parceiro de defesa de Clarke. 'Foi um erro genuíno', disse Warnock.

Num outro dia isto poderia ter sido decisivo, mas nove minutos depois o chute de 20 jardas de Michael Tonge desviado pelo ombro de Chris Powell e além de Ben Foster dar ao United a liderança. Foi o segundo gol de Tonge em três partidas e, embora o United não tenha conseguido melhorar sua vantagem, eles também conseguiram protegê-lo, ainda que tenham ocorrido vários momentos nervosos para resistir. A sobrevivência não estava garantida, mas havia um consenso no apito final de que o West Ham United estava quase salvo.

Outra arremesso em pleno vôo não pôde ter êxito, apesar de o chute rápido do meio-campo Al Bangura ficar algumas polegadas abaixo do alcance de Marlon King, foi bater no topo do travessão, não alterando a sorte de Carlisle, afinal a estrela não estava brilhando para o Watford. Os visitantes fizeram de tudo para preocupar seus anfitriões com sua vantagem física, mas a falta de um lateral infiltrando no ataque ontem foi uma deficiência recorrente em toda a temporada.

O United ofereceu um pouco mais de penetração. O chute de 20 jardas de Keith Gillespie foi defendido numa segunda tentativa de Ben Foster, com uma notável defesa do goleiro do Watford quando ele salvou dos pés de Christian Nade depois que o atacante correu livre. Nade mais tarde envolveu o Watford, cruzando perigosamente a linha dos pênaltis, finalizando muito mais forte, King, sem sorte chutou na trave depois de driblar Chris Morgan.

Aidy Boothroyd, que elogiou seu time por ter tido 'um bom desempenho', admitiu que Carlisle teve sorte por escapar da punição. 'Eu achei que (a decisão) foi impressionante', disse o técnico do Watford antes de reclamar, 'talvez nós tenhamos sido tirados aí.' Tonge, por meio de Powell, assegurou que foi um tipo de punição inusitada.

(The Guardian, http://football.guardian.co.uk/Observer_Match_Report/0,,2067984,00.html, 29/04/2007)