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Noticiário - Antonio Roque Citadini

Sunday, August 13, 2006

Oh! Pompey

Nova gestão no Portsmouth torna um israelense diretor de futebol, um super-agente de Israel, tentando obter novos jogadores, um vice-presidente que vivem em Tel Aviv e um proprietário que integrou o exército israelense. Sem mencionar o pai do proprietário. O que está acontecendo?

No 43º andar do Aviv Tower, um arranha-céu futurista em Ramat Gan, importante distrito financeiro, próximo ao estádio nacional de futebol em Tel Aviv, ali estão os escritórios de um dos cinco homens mais ricos de Israel. Elé é um antigo trabalhador do Circo Estatal de Moscou que lá ingressou para ser jardineiro, pedreiro e comerciante de armas. Hoje ele é um bilionário filantropo, pelo menos em seu ponto de vista.

Ele possui cinco passaportes, muitos guarda-costas, seu nome batizou uma sala no Museu do Louvre, e esconde o desejo de resolver a crise do Oriente Médio. Ele consegue suspender uma pena que o condenou a 13 meses de prisão e multa de US$35.000 por evasão fiscal, segundo as autoridades francesas, em 1999, e ainda é réu em uma ação internacional cujo mandado de prisão foi expedido há 5 anos na França por seu envolvimento no comércio de armas, sonegação de tributos, lavagem de dinheiro e corrupção. O serviço de inteligência russo teria indícios de seu envolvimento com o tráfico de drogas, em 1995, e como agente do crime organizado internacional desde 1996.

Arkady Gaydamak, 54 anos, proprietário do Beitar Jerusalem FC, é um dos muitos judeus e homens de negócios da antiga União Soviética que investem pesado no futebol. Acima de tudo, ele luta para parecer apenas o homem que pode realizar os sonhos de milhares de torcedores fanáticos do Pumpey (apelido do Portsmouth) na costa sul da Inglaterra que estão desesperados pela volta à década de 1940, quando o Portsmouth começou sua campanha na liderança em um sábado, jogando contra o Blackburn, vencendo sucessivos títulos nacionais.

Desde que o filho de Gaydamak, Alexandre ou “Sacha”, comprou metade das ações do clube em janeiro último, tem persistido os rumores considerando a influência de seu pai, apesar das reiteradas negativas de Fratton Park e de Israel.

O velho Gaydamak, um homem de jeito magrelo e esquelético, que brinca dizendo: “Eu sou um extra-terrestre, benvindo Observer Sport a este novo escritório no Aviv Tower, aonde podemos nos sentar felizes à esta grande mesa de reuniões e conversar.” Ele começou a negar qualquer envolvimento com o Portsmouth.

Sobre este assunto, você deve perguntar ao meu filho. Sim, eu posso conversar sobre futebol, que ele vai construir um novo estádio e que está trabalhando nisto. Porém, não posso contar nada mais.”

Haveria, entretanto, algo mais para contar?

Primeiro há a confusão sobre a extensão da fortuna de seu filho e sua perspicácia nos negócios. Gaydamak júnior, que serviu no exército israelense por três meses como franco-atirador, aparentemente obteve seus rendimentos a partir de investimentos pessoais e em uma agência financeira, a Antanta Capital Group, instituição sediada em Moscou. Em 2004 ele obteve um lucro de US$647.000 (£ 366.000 libras).

Isto não parece sugerir prestígio financeiro para reconhecê-lo como o mesmo Gaydamak dos £ 30 milhões de libras, proprietário do Portsmouth, tendo sido a primeira metade paga no último inverno e o restante quitado no último mês, e a considerável transferência orçamentária possibilitou o trabalho do diretor de futebol Harry Redknapp, 59 anos, neste verão. Especialmente quando a notícia de Gaydamak no negócio começou a pesar nas contas.

Entre fevereiro de 1995 e maio de 2003 ele foi diretor de sete empresas, das quais, atualmente, nenhuma delas continua existindo. Ele foi o único diretor da Monarch Fiduciary Limited, a qual entrou em falência em junho de 2000, possuindo mais de £ 700.000 libras, inclusive £ 260.000 libras em impostos não recolhidos, e £ 464.240 libras para a caridade. Sua resposta em janeiro para as indagações sobre falência de seus empreendimentos foi: “Que eu saiba, não devo dinheiro algum a ninguém.”

Ele é muito ligado ao pai - “muito orgulhoso dele”, conforme um amigo, e ingressou nos negócios com o velho Gaydamak como um membro da diretoria da Pivoine, empresa de holding sediada em Luxemburgo. Em março, ele tentou desbloquear £ 5 milhões de libras de uma conta bancária aberta em conjunto com o pai no UBS Bahamas. Talvez refletindo esta carreira financeira acidentada e as inevitáveis comparações entre a fortuna de seu pai e a riqueza de Roman Abramovich, o proprietário do Chelsea e camarada bilionário russo, Gaydamak júnior também afirmou: “não sou Abramovich... e o Portsmouth Football Club é meu investimento. Não existe relação entre o que acontece entre meu pai e este clube.”

O Portsmouth diz o mesmo agora, mas os rumores não se esgotam. Há dois meses em uma festa do Portsmouth em Israel discutiu-se sobre a transferência de recursos e as estratégias para o avanço do time na próxima temporada da liga. Estavam presentes Gaydamak júnior, David Chissick, conselheiro e vice-chairman, Redknapp (diretor de futebol, atuou no West Ham United e no Bournemouth), com quem viajaram Peter Storrie, executivo-chefe do clube, e Abraham Grant, novo indicado para diretor de futebol, membro da cúpula de treinadores da seleção de Israel, do Maccabi Haifa e do Maccabi Tel Aviv, que, além disso, é amigo de Abramovich.

Redknapp, agora em sua segunda temporada pela equipe, teve a sensação de que as discussões transcorreram bem, retornando à Inglaterra alguns dias depois com a promessa de receber £ 30 milhões de libras para compra de jogadores, uma fortuna se considerarmos as proporções do clube, e uma cifra superior aos valores disponíveis para Arsene Wenger, Sir Alex Ferguson e Rafael Benitez, respectivos técnicos do Arsenal, Manchester United e Liverpool.

O perfil dos participantes do encontro dos executivos do Portsmouth há dois meses: apenas Redknapp e Storrie não possuem passaportes israelenses – e o local da reunião acentuam as mudanças nos nomes de comando do clube.

Chissick, 46 anos, executivo da mídia que é chairman da Cmate, empresa de jogos para computador com escritórios em Israel, aonde ele tem residência, é particularmente poderoso, tendo feito muito para preparar Gaydamak júnior.

Tudo indica que Redknapp terá problemas.

A transformação nestes 8 meses desde a chegada de Gaydamak, segundo membros do clube, deixou o técnico isolado. Uma posição surpreendente, se for verdade, para o homem que assegurou o status de clube da liga principal, contrariando todas as expectativas, na última semana da recente temporada.

A aparente diluição de seu poder pode, conseqüentemente, explicar as razões de Redknapp ter encontrado dificuldades para contratar jogadores, apesar de sua capacidade financeira para oferecer contratos que paguem £ 60.000 libras por semana.

As possíveis transferências anunciadas neste verão são muitas para serem aqui descritas, mas incluem Jermain Defoe, atacante inglês, Nicolas Anelka, atacante de destaque no Real Madrid, e Juan Pablo Sorin, capitão da seleção argentina.

Por outro lado, Redknapp falhou ao investir apenas uma pequena parcela dos £ 30 milhões de libras para compra de jogadores. Logo que foi assinado o empréstimo de Glen Johnson, o agente independente David Thompson chegou antes de Sol Campbell, outro agente, e o goleiro David James veio na última semana por £ 1,2 milhão de libras.

É difícil”, explica Redknapp, “pois os clubes não querem a saída de seus jogadores.” Ele já teve algumas frustrações dentro de seu próprio clube no final do último mês.

Todos conversam com os agentes. Não vou assinar com ninguém apenas por um palpite qualquer. Com ninguém. Se alguém aparecer para mim com um jogador e eu não estiver convicto, não assinarei com ele. Eu não me importo sobre quem sugere este ou aquele jogador. A única pessoa que tem a cabeça a prêmio sou eu, assim, a decisão é minha. Eu sempre fiz coisas na vida, por outro lado, não é mérito fazer seu trabalho.”

O super agente Pini Zahavi, outro israelense, negociou o contrato de Abramovich para compra do Chelsea e apresentou Gaydamak ao Portsmouth. Suas conexões ao redor do mundo são elásticas e ele é muito influente na América do Sul e na Rússia. Ele é o homem por trás de muitos dos grandes negócios dentro do esporte inglês. Zahavi atraiu Rio Ferdinand para o Manchester United, manobra de autoria de Peter Kenyon, executivo-chefe da Old Trafford, que desempenhou o mesmo papel no Chelsea e participou da reunião entre Ashley Cole e a cúpula de Stamford Bridge em janeiro de 2005, que resultou na consolidação do negócio.

De acordo com os membros do clube, a influência de Zahavi em Fratton Park vai além da negociação de atletas.

Ele esteve envolvido na conversações com diretores durante sua visita a Israel e uma fonte privilegiada de Fratton Park declarou: “Ele pode muito bem ingressar em nosso conselho.” Redknapp, entretanto, trabalha principalmente com Willie McKay, outro alto agente que negociou o acordo para contratação de Benjamin Mwaruwari do Auxerre para o Portsmouth por £ 4,1 milhões de libras na última temporada.

Redknapp teve uma experiência desagradável com o antigo proprietário, Milan Mandaric. Redknapp deixou Portsmouth retornando em seguida ao clube, em novembro de 2004, principalmente em virtude da presença do diretor de futebol do clube, Velimir Zajec. Como é sua relação com Gaydamak? “Tudo bem. Ele não é um executivo do tipo que gosta de interferir. Trata-se de um jovem que me contratou para fazer meu trabalho.”

Mas a presença de um novo diretor de futebol, Grant, não lembra a situação de Zajec? “Em absoluto. Este homem é um perfeito gentleman.”

Ele ofereceu a você algum acordo? “Não, eu seria um mentiroso se afirmasse e dissesse ter buscado algum conchavo com Avram Grant. O dono disse: 'Se você não o quiser, eu entendo, a decisão é sua.'”

Outras pessoas do clube falam que Redknapp estaria incomodado: “o acordo definiu muitas coisas” e há a suspeita de que Grant aguarda o início dos resultados da próxima temporada para decidir sobre a saída de Redknapp.

Avram Grant não é o tipo de pessoa que se acomoda e espera pelo dinheiro”, afirma um jornalista israelense de futebol.

Quais as frustrações de Redknapp? “Eu estava falando aqui sobre outra pessoa. Agentes vivem ligando para toda gente.”

E a conexão israelense, mencionando inclusive o envolvimento de Zahavi?

Bem, Pini não está envolvido com este clube.”

Porém, o que alguém de Fratton diz? “Não, não. Pini não está envolvido com este clube.” E quanto à tese sobre o pai de Gaydamak estar ligado ao Portsmouth? “Eu não sei. Nunca me envolvi com os bastidores.”

Redknapp desfruta de um bem sucedida carreira de 40 anos no futebol como jogador e técnico. Ao longo deste tempo, teria ele trabalhado antes para alguém com o perfil dos atuais investidores? Um homem cujo pai carrega passaportes de Israel, Rússia, Angola, Canadá e França, contribui para diversas organizações de caridade em Israel, inclusive para algumas ligadas à comunidade árabe, administra um partido político de direita, financia um campo de refugiados, orquestra um acordo para diminuir a dívida externa de Angola com a Rússia de US$ 5,5 bilhões para US$ 1,5 bilhão, é um antigo executivo do Russian Credit Bank e réu em uma ação com mandado de prisão por acusção de comércio ilegal de armas? “Não, não sei de nada disso. Eu apenas conheço Sacha. É a primeira vez que me aproximo dele. Se isto tudo é verdade, é algo interessante, porém desconheço qualquer coisa sobre o passado deste homem. ”

Arkady Gaydamak nasceu em Berdichev, Ucrânia, em 1952. Aos 19, mudou-se para Israel. “Eu tinha US$3 em meu bolso”, diz. “Eu dormi na praia. Quando você vê somente o céu, você não tem nenhum limite.” Seis meses mais tarde foi para a França e, em 1972, abriu uma pequena empresa de traduções. Com este negócio estabeleceu conexões com a elite política e financeira francesa. Enquanto a Cortina de Ferro se desintegrou em 1989,

Gaydamak envoloveu-se em empreendimentos mais lucrativos com as antigas repúblicas soviéticas nos setores de carvão, carnes, trigo e, finalmente, em armamentos. Teve empresas na Inglaterra, na France, em Jersey, em Luxemburgo, na Holanda e na Ilha de Man (território britânico). Desde 2001, o patriarca Gaydamak, que mudou legalmente seu nome israelense para Arye Barlev, recusou-se responder à ordem internacional da prisão. É procurado por causa de um inquérito das autoridades francesas apurando sua participação na venda ilegal de US$633 milhões em armas para Angola em 1994, afrontando as sanções das Nações Unidas, numa operação articulada com seu sócio, um homem de negócios franco-argelino, Pierre Falcone. Gaydamak nega ilegalidades no caso “Angolagate”. Jean-Christophe Mitterrand, filho do antigo presidente da França, François Mitterrand, obteve recentemente uma sentença suspendendo sua prisão pela participação no escândalo. Gaydamak nega também as acusações, baseando-se em documentos dos serviços de segurança franceses emitidos para um juiz da investigação, que tinha conexões com a máfia russa. Desde o “Angolagate”, Gaydamak divide seu tempo entre Tel-Aviv e Moscou, onde possui um bom apartamento repleto de antigüidades do século dezenove. Ano passado comprou um dos jornais os mais famosos do país, Moskovskie Novosti. Causou controvérsia ao anunciar seus planos de tornar o semanário em uma publicação pró-governo. “Os jornais responsáveis com a opinião pública não devem dirigir o público contra o poder, quem quer que seja,” ele disse. E antes do Natal, foi interrogado por 10 horas por agentes israelense como parte da investigação sobre lavagem de dinheiro em uma filial de Tel-Aviv do Banco Hapoalim. Outra vez negou irregularidades. Em março, as autoridades de Jerusalém manifestaram-se por sua condenação por lavar US$50 milhões de dólares (£28,8 milhões de libras). “Eles (pessoas normais) necessitam de Gaydamak”, ele diz agora. “É um judeu, rico, com problemas com a polícia. Está em choque com todos pois é um homem mau. Mas qual é meu erro? Todo o dinheiro que consegui no mercado de ações da Rússia. Em novembro as ações da Gastro, a maior companhia de gás da Rússia, valiam US$51, hoje ele estão US$92.

Assim é ele.”Diz que conhece Abramovich e outros homens de negócios proeminentes da antiga União Soviética, mas rejeita comparações. Você é amigo do lituano Vladimir Romanov, dono do Hearts, ou de Badri Patarkatsishvili, proprietário de Dínamo Tbilisi, o homem mais rico da Geórgia? “Eu estou muito distante deles. O Sr. Abramovich é um homem poderoso e respeitável, mas nunca alegaria conhecê-lo tão bem assim. Por nossas atividades econômicas tivemos alguns contato, ele visitou minha casa aqui há algum tempo mas nós não temos um relacionamento particular. “Porém o futebol não é nenhuma maneira de se fazer o dinheiro,” ele termina com um sorriso. “Quando você quer controlar uma equipe e respeitar os investidores você nunca ganha dinheiro. Muitas pessoas de diferentes meios afirmam que ele (o dono do clube) é um negociante em busca de status. Os russos tomam cuidado com as atividades desportivas, eles buscam nesta área o entretenimento e o status social, e, também, mostrar sua capacidade, integridade e honestidade como verdadeiros gestores do esporte para o bem da equipe e de seus investidores.”

A Premier League (principal liga de futebol inglesa) confirmou na última semana que Alexandre Gaydamak passou no teste de “adequação e respeito pessoal” ao qual todos os diretores têm que se submeter para “assegurá-los como não tendo envolvimento em atos ilegais.” Por que os israelenses desembarcaram em Fratton Park, e por que Gaydamak quis o Portsmouth quando poderia investir em outro lugar, talvez em um clube de alto padrão como o Aston Villa ou os Wolves? Nem Gaydamak nem Chissick têm histórico no futebol ou intimidade com a publicidade. De acordo com uma pessoa próxima do clube, o Portsmouth é visto como uma compra ideal. Gaydamak e seus colegas vêem o “Pompey” como um clube com grande potencial, com um amplo e apaixonado número de fãs, e dizem ter os recursos e o compromisso para transformar o clube em algo maior. Eles estão entusiasmados com o desafio e acreditam que podem mudar a imagem do Portsmouth FC.

Como os torcedores impressionaram este comprador judeu?

Talvez pelas características da cidade de Portsmouth, proeminente na história dos judeus na Grã-Bretanha, era uma das cidades mais importantes para a comunidade judaica no século dezenove, mas esta mudança de controle era inesperada.

O torcedor mais famoso de Portsmouth, John PFC Westwood, entrou em êxtase.

É fantástico. Nós compramos um novo centro de treinamento; (Gaydamak)

vai criar uma academia, e Sol Campbell agirá como um ímã para trazer outros jogadores de nível. O sonho transformou-se uma realidade.”

Portsmouth comprou recentemente uma área de 47 acres em Titchfield para substituir suas instalações de treinamento básico, próxima ao aeroporto de Southampton. Os planos de Mandaric para reconstruir Fratton Park foram conduzidos por Gaydamak, e uma iniciativa de construção de um novo estádio em Farlington, que falhou há cinco anos, está sendo considerada outra vez. O jogador que é a estrela do clube, Lomana LuaLua, finalmente foi convencido pelo persuasivo Chissick, assinou um novo contrato de longo prazo. Assim, contam com Gary O'Neil, Pedro Mendes e Richard Hughes. Parece que a presença de Gaydamak e sua equipe israelense é garantia de um período ainda melhor.



Os homens-chave


Arkady Gaydamak

O pai do proprietário de Portsmouth FC, nega qualquer participação na negociação do clube. Um bilionário de 54 anos que tem passportes russo, israelense, angolano, francês e canadense.

Gaydamak não pode, oficialmente, sair de Israel por causa de uma ordem de prisão contra ele, entretanto, ele visita a Rússia e Angola. As autoridades francesas querem processá-lo por comércio ilegal de armas e ele foi recentemente interrogado em Israel por suspeita de lavagem de dinheiro. Dono do Beitar Jerusalem.


Alexandre “Sacha” Gaydamak

Um dos três filhos de Arkady, com cerca de 30 anos, comprou recentemente o controle total do Portsmouth do presidente Milan Mandaric, adquirindo os 50 por cento que lhe faltavam no último inverno. Participou de diversas companhias no Reino Unido, nas quais faliu. Atuou anteriormente nos negócios de seu pai e sofreu bloqueio de sua conta bancária com Arkady nas Bermudaa, por ordem de autoridades francesas. Sua esposa é alemã, vive em Mayfair e tem passportes francês e israelense.


David Chissick

Novo vice-chairman, é o principal conselheiro de Gaydamak júnior. É apontado por Peter Storrie, principal executivo do Portsmouth, como alguém que trabalha “ativamente pelo futuro do clube de futebol de Portsmouth” e, de acordo com pessoas próximas, é altamente influente. Ele esteve entre os que participaram das tratativas em Israel. Logo após Chissick convencer Lomana LuaLua a finalmente assinar um novo contrato, por longo prazo, o atacante e astro do clube teria dito: “Eu não estava feliz mas o Sr. Gaydamak mandou David Chissick me dizer que queria me manter aqui e isto é tudo que eu quero.”


Avram Grant

Anterigo técnico da seleção de Israel, do Maccabi Haifa e do Tel Aviv Haifa, Grant foi escolhido por Gaydamak júnior para diretor técnico do clube. Um fator para a saída de Redknapp de Portsmouth, durante seu primeiro período no clube, era a presença de Velimer Zajic, diretor técnico anterior trazido pelo presidente Milan Mandaric. É amigo de Roman Abramovich.


Pini Zahavi

O super agente que consolidou a união do Portsmouth e de Gaydamak júnior, e também articulou o negócio para a compra do Chelsea por Roman Abramovich e levou Rio Ferdinand para o Manchester United. Provavelmente o agente o mais conhecido do mundo, e um influente fornecedor de jogadores, incluindo Manuel Fernandes, recentemente reprovado na avaliação médica, mas ainda aguardando passar por um segundo exame. Zahavi era popular em Israel até participar da negociação que culminou na transmissão das partidas da Copa do Mundo de 2006 em um único canal de por sistema pay-per-view.



Os super-ricos ex-soviéticos que investem no futebol


Eles são homens de negócios super-ricos oriundos da antiga União Soviética e hoje envolvidos com os clubes do futebol em todo o mundo.

Roman Abramovich, proprietário de Chelsea, está ligado a Vladimir Romanov, lituano, proprietário dos Hearts, onde colocou o filho Roman como presidente.

Badri Patarkatsishvili, proprietário de Dínamo Tbilisi, revelou ao Observer Sport sua ligação com o Corinthians, clube brasileiro em posse da Media Sports Investment (MSI), mostrando também interesse no West Ham. “Nós investimos junto com Boris Berezovsky”, disse. Berezovsky, um magnata russo exilado, Badri e Abramovich, todos estão ligados com o negócio de £18 milhões de libras em 2004 feito pela MSI baseada na Grã-Bretanha. Berezovsky recebeu asilo político do governo em setembro de 2004. Badri é procurado em Moscou por fraude e truste, raramente sai de Tbilisi.

Uefa e Betfair, nas bolsas de apostadores, detectaram apostas irregulares em uma partida da Copa da Uefa 2004/05 envolvendo Dínamo e Panionios.

Perdendo de 2 a 0 até o meio-tempo o Panionios ganhou por 5 a 2. “Para apostadores ilegais e lavadores de dinheiro isto (a posse de um clube) é uma boa maneira de se fazer dinheiro limpo”, declarou Lars-Christer Olsson da Uefa.

O líder da unidade de investigação de crime organizado do Brasil no caso, José Carneiro, também disse: “há indícios de lavagem de dinheiro (no Corinthians).”

Badri insiste: “Eu nunca estive envolvido em lavagem de dinheiro em qualquer lugar. Eu não tenho nada a esconder.”



Reportagem adicional por Anna Kessel


(The Guardian, Observer Sport, http://observer.guardian.co.uk/sport/story/0,,1843723,00.html, 13/08/2006)