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Noticiário - Antonio Roque Citadini

Monday, April 17, 2006

Presidente é pressionado a esclarecer morte de Sandro Girgvliani

Em uma carta aberta enviada em 17 de abril, ao presidente Saakashvili, mais de noventa proeminentes representantes georgianos apelaram às autoridades para que investigassem o caso do assassinato de Sandro Girgvliani, de forma honesta e transparente e advertiram que a falha em fazer isso conduzirá "ao descrédito completo" das autoridades e das estruturas do Estado.

O assassinato de Sandro Girgvliani, de 28 anos, chefe do “United Georgian Bank’s International Relations Department”, que foi encontrado morto em 28 de janeiro, se transformou em um caso famoso depois que uma reportagem televisionada indicou que diversos funcionários graduados do Ministério do Interior, assim como a esposa do Ministro Interior Vano Merabishvili, poderiam ter as ligações com o caso.

Seguindo o aumento do protesto, a polícia prendeu em março quatro funcionários do departamento de segurança constitucional do Ministério do Interior, sob suspeita de terem cometido este crime, mas persistem as suspeitas de que o assassinato tenha sido idealizado por altos funcionários do Ministério do Interior.

"Nós esperamos que sua política garanta a exposição e a punição de todas aquelas pessoas que têm ligações com este crime," conforme carta que foi assinada por um grupo de escritores, atores, diretores de filme e de teatro, cantores e representantes da sociedade civil georgiana.

Uma investigação rápida e imparcial do caso do assassinato de Sandro Girgvliani não é uma questão de prestígio de somente uma estrutura do Estado, ou da alta liderança do País, mas é uma questão de reputação de toda a sociedade,conforme carta publicada em 17 de abril pelo jornal georgiano “Rezonansi” e pelo “24 Saati”.

Oficiais já minimizaram esta apelação. "Eu não compreendo a essência do problema. O Presidente não é um detetive. O caso está sendo investigado pelas estruturas relevantes. E eu quero reiterar que todos que os culpados por este crime terrível enfrentarão a devida punição. Eu não tenho nenhuma dúvida disto", disse Giorgi Arveladze, chefe da Administração do Presidente, em nota transmitida pela “Imedi TV”.

(Civil Georgia, www.civil.ge/eng/article.php?id=12357, 17/04/2006)

Patarkatsishvili fala do rompimento com as autoridades

Badri Patarkatsishvili, influente magnata financeiro e da mídia, disse em uma entrevista ao jornal russo “Kommersant”, publicada em 17 de abril, que, apesar de sua condição de empresário lhe ser "mais agradável", para ele isso não significa que não entrará para política "amanhã, ou até mesmo hoje.”

Proprietário da “Kommersant Publishing House”, na Rússia, e da emissora de televisão “Imedi”, na Geórgia, ele foi entrevistado, em Londres, pelo jornal russo menos de um mês depois de ter criticado as autoridades georgianas por terem pressionado seus negócios e sua estação da televisão.

"Eu continuo apoiando a trajetória, que foi declarada pelas autoridades georgianas, após a Revolução Rosa, mas a forma e os métodos recorridos pelas autoridades para conseguir seus objetivos não inspiram esperança que estas metas serão atingidas", disse ele ao “Kommersant”.

Ele, mais uma vez, criticou as autoridades de uma tentativa "de encobrir" o caso do assassinato alto executivo Sandro Girgvliani. "Se as autoridades não são capazes de proteger a vida de um cidadão e, além disso, estão tentando encobrir um crime, para mim estas não são mais as autoridades as quais eu, junto com milhões de Georgianos, acreditávamos há dois anos", disse Patarkatsishvili.

Patarkatsishvili disse que tinha boas relações com as atuais autoridades da Geórgia "e que Zurab Zhvania contribuiu muito por isto." Disse também, que a comunidade empresarial georgiana "era uma das principais forças de manobra por trás da Revolução Rosa."

Ele disse que seu protesto começou a crescer a partir "da morte misteriosa" do ex-primeiro ministro Zurab Zhvania e acrescentou que o assassinato de Sandro Girgvliani e "a tentativa de encobrir" este crime foi um ponto crítico.

Patarkatsishvili disse que uma das razões por trás da disputa entre ele e as autoridades georgianas é que "eles não me querem engajado na política."

Disse ainda que "as autoridades querem que a Imedi TV cubra os eventos, porque lhes convêm."

"O fato de possuir a “Imedi TV”, a qual, ao mesmo tempo influencia a formação da opinião pública, já significa que estou envolvido na vida política do país. A política não me dá tanto prazer quanto os negócios, mas não significa que amanhã, ou mesmo hoje, eu não entrarei na política e ninguém tem o direito de me proibir de fazer isto", disse Patarkatsishvili.

Disse também que não está "com medo da experiência de Mikhail Khordokovsky" – ex-presidente da “Yukos”, empresa petrolífera russa, que está cumprindo, atualmente, oito anos na prisão russa após ter sido condenado por fraude e evasão de impostos.

"A experiência de Khordokovsky, muito pelo contrário, me ajuda", acrescentou Patarkatsishvili.

(Civil Georgia, www.civil.ge/eng/article.php?id=12360, 17/04/2006)