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Noticiário - Antonio Roque Citadini

Wednesday, March 21, 2007

Hammers defrontam-se com a questão dos atletas de terceiros


O West Ham United apresentou sua defesa, no prazo na última sexta-feira, às acusações da Premier League surgidas quando da assinatura dos contratos internacionais com os argentinos Carlos Tevez e Javier Mascherano do Corinthians do Brasil no verão passado. O clube nega ter negócios com quatro companhias offshores que "possuem" os direitos dos dois jogadores, caracterizando um rompimento das regras, mas a Premier League acredita estar diante de um caso grave e o consenso em redor de futebol é que o West Ham, enfrentando uma temporada horrorosa, pode estar se unindo a grupos comprometedores.
O questionamento inicial da Premier League é que os negócios permitiram aos "proprietários" dos jogadores "influenciar materialmente" o West Ham e suas "políticas ou o desempenho de sua equipe" - uma violação à regra U18 da liga - mas há possivelmente mais gravidade num segundo aspecto. Trata-se do acompanhamento da decisão de o clube não reportar à Premier League sobre a existência de seus acordos com tais companhias, culminando em um processo nunca visto na história de 15 anos da Premier League inglesa: o West Ham errou ao agir "com extrema boa fé". Sabe-se que duas reuniões seguramente ocorreram em agosto passado, nas quais Richard Scudamore e Mike Foster, o diretor geral da Premier League e seu secretário, questionaram Paul Aldridge, então diretor-geral do West Ham, e um outro de seus diretores sobre a existência de qualquer documento relevante sobre as contratações dos jogadores que não tenha sido apresentado à liga. A Premier League constatou nada existir.
Cinco meses mais tarde, quando o Liverpool assinou o empréstimo de Mascherano, a documentação enviada à Premier League incluiu um termo de acordo do Liverpool com duas companhias "offshores", Global Soccer Agencies e Mystere Services Ltd, que "possuem" o "direitos econômicos de Mascherano". Scudamore voltou ao West Ham - então sob propriedade dos investidores islandeses Eggert Magnusson e Bjorgulfur Gudmundsson - e só então, em 24 de Janeiro deste ano, fez o West Ham expor os próprios acordos. Entende-se que mostrar como o West Ham contratou Mascherano em empréstimo, dessas mesmas duas companhias, e Tevez de duas outras, Just Sports Inc e Media Sports Investiment, companhia que possui o Corinthians e teve ligações com Kia Joorabchian, o homem de negócios que então tentava comprar o West Ham. A acusação da Premier League é que esses acordos dão poder de influência às companhias sobre as políticas do clube e do desempenho do time. Cobrou o West Ham pelo desrespeito à regra U18, e pelo fato de o clube não conseguir expor ou mesmo, deliberadamente, ocultar estes contratos. Logo depois veio a demissão do antigo presidente, Terry Brown, como do diretor de futebol do clube e recriminações amargas dos proprietários islandeses, que atribuem o negócio à antiga gestão. As acusações são tão sérias que, se encontrados os culpados por uma comissão independente de três especialistas, no mês que vem, o West Ham espera receber uma multa e a dedução de pontos no campeonato. Ainda que apelassem, a Premier League espera ter qualquer apelo analisado até o final da atual temporada.
Selecione entre os fatos das manchetes o que parece ser uma saga incomparavelmente sinistra, no entanto, haverá um caso a ser apurado no West Ham.
A prática do homem de negócios-investidor "dono" de jogadores sente-se fundamentalmente repelida pelo futebol inglês, mas é comum em outras partes, particularmente no Brasil e na Argentina onde diversos jogadores brilhantes despontam numa paisagem desolada de clubes insolventes. Os empresários compram participações nos "direitos econômicos" de jovens atletas, freqüentemente pagam de início ao jogador para treinar e manter suas acomodações, e, então, eles conquistam o direito do lucro integral, ou de grande parte deste, nas transferências se o jogador se sair bem e for vendido. Pini Zahavi, o agente israelense, aprendera este negócio na América do Sul, e há alguns anos ele atua como um conselheiro da Global Soccer Agencies, a companhia que tem uma parte dos direitos de Mascherano. Zahavi ajudou na corretagem do negócio que levou os dois jogadores ao West Ham, que pagou por atleta £339.000 (US$670.000 dólares) às "próprias" companhias - cujos investidores são desconhecidos. A primeira ação da Premier League está relacionada aos termos dos acordos feitos entre estas companhias e o West Ham. Quando Tevez e Mascherano assinaram seus contratos, especulava-se que os investidores podiam determinar que os dois jogadores tivessem que ser escalados pela equipe. Aparentemente não foram muito longe. Uma fonte do West Ham disse que era homem o bastante para apontar isto pelo fato do técnico, Alan Pardew, não escalar a dupla numa mesma partida.
Aliás, o ponto crucial do negócio era esse: o West Ham pagaria os salários dos jogadores - compreendido como sendo ao redor de £2 milhões (quase US$ 4 milhões) ao ano, não se tratando do mais alto de Upton Park - e, então, se chegasse uma oferta de outro clube para comprá-los por proposta superior à atualmente determinada, o West Ham teria a opção de aquisição de seus direitos das companhias num preço pré-estabelecido. Se o clube não quiser os atletas, os proprietários podem vendê-los durante a próxima janela de transferências. A Premier League argumenta que isto claramente permite aos empresários "influenciar materialmente" a política dos clubes ou o desempenho das equipes, mas a reivindicação do West Ham é que o negócio não é tão bizarro como parece. Integrantes do clube comparam a situação aos acordos normais de empréstimo, por que um clube de empréstimos pode recorrer a um jogador por períodos combinados, ou nos contratos comuns, em que os jogadores têm permissão de partir se houver propostas de clubes por certos valores.
Esse argumento poderia ser utilizado, talvez causando surpresa, pelo Liverpool, onde o diretor geral, Rick Parry, está se empreendendo para prosperar com o acordo original de Mascherano, que é semelhante ao das companhias ligadas ao West Ham. Se uma oferta vier a entrar de outro clube para compra de Mascherano, o Liverpool teria o direito de negociá-la, do contrário, as companhias poderiam vender o jogador nos termos definidos pelo Liverpool e com sua participação nos lucros. O Liverpool, como o West Ham, olham isto como um empréstimo de jogador que não difere radicalmente de outro normal, mas a Premier League insiste na mudança destas transações. Mascherano agora está num acordo de empréstimo das companhias para o Liverpool por 18 meses, e não pode ser vendido neste período.
Os clubes diferem, entretanto, pois o Liverpool pelo menos quis mostrar claramente à Premier League os termos de seu acordo com os investidores; o importante problema do West Ham pode explicar por que eles não fizeram o mesmo. O argumento esperado será por que o West Ham decidiu que seus acordos não quebraram a U18, os dois diretores acreditaram não necessitar expô-los, pois seriam levados a detalhes em conversas e demoras inevitáveis, como fizeram no Liverpool. "Estou muito seguro de que agi de acordo com o conselho legal que nós recebemos à época", Aldridge contou-me, "e que nenhum regulamento foi quebrado".
Magnusson, que ameaçou entrar com uma ação legal contra Aldridge e Brown se o clube for considerado culpado, claramente se prepara para apontar à comissão de normas que teria ocorrido má fé, e isso quando Scudamore e Foster forem intimados, os termos do acordo devem ser expostos.
No meio futebolístico, muitos parecem concordar. O regulamento da Premier League contra influências externas pode não ser suficientemente preciso ao caracterizar "terceiro interessado" em posse de jogadores, mas o West Ham, se considerado culpado por má fé e se não conseguir esclarecer os termos de seus acordos, que espere receber o peso da lei contra si.

(The Guardian, http://football.guardian.co.uk/News_Story/0,,2038879,00.html, 21/03/2007)

Tuesday, March 20, 2007

Cartolas são investigados de novo por elo com russo

Corintianos e políticos são suspeitos de facilitar entrada de Berezovski no país
Segundo o Ministério Público, envolvidos teriam planos de negociar com o magnata, visado em acordo de extradição com a Rússia
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O Ministério Público de São Paulo iniciou nova investigação sobre Boris Berezovski e o Corinthians. Examina indícios da ação de dirigentes e até de políticos para facilitar a entrada do foragido russo no país. E também o interesse dessas pessoas em negociar com o magnata, recebendo dinheiro que, segundo os promotores, é fruto de ações criminosas.
Há a suspeita de dois crimes. Um está previsto no artigo 348 do Código Penal, com o nome de favorecimento pessoal. Trata da ajuda para que criminosos se esquivem da polícia.
O segundo, no artigo 349, é batizado de favorecimento real: prestar a criminoso auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime. Nessa investigação, a ilegalidade seria ajudar Berezovski a trazer dinheiro de origem ilícita para o Brasil.
A pena máxima para cada um dos crimes é de seis meses.
O trabalho será feito pelo Gaeco, órgão de combate ao crime organizado do Ministério Público Estadual.
Os principais alvos no clube são o presidente corintiano, Alberto Dualib, o vice Nesi Curi e o empresário Renato Duprat.
Recentemente, Duprat esteve em Londres para tratar de investimentos do russo, foragido em seu país após ser condenado por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Duprat viajou acompanhado do deputado estadual Vicente Cândido (PT-SP) e de Juan Quirós, presidente da Apex, agência ligada ao governo e que tem a missão de captar recursos no exterior. Ambos também serão investigados.
A investigação não tem nada a ver com a concluída em 2005 pelo Gaeco. Na ocasião, o órgão elaborou um relatório apontando que a MSI lavou dinheiro no Corinthians. E com Berezovski como chefe.
Encaminhou o documento ao Ministério Público Federal, que acionou a Polícia Federal.
Em Brasília, o trabalho ainda não foi concluído.
"Entendemos que, se houve crime, foi em São Paulo, então está dentro do nosso raio de ação", disse o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro.
Ele acredita que os dirigentes corintianos alegarão que não cometeram crime porque Berezovski não foi condenado pela Justiça brasileira. "Mas sua prisão é pedida pela Rússia, com quem o Brasil mantém um acordo de extradição", afirmou.
Segundo Duprat, Berezovski está disposto a investir ao menos R$ 1 bilhão em infra-estrutura no país e em biodiesel.
Além disso, participaria de um fundo para construir um novo estádio para o Corinthians, no valor de R$ 500 milhões.
Os corintianos chegaram a apresentar o projeto da arena ao presidente Lula.
Ontem, o Gaeco receberia delegação do Ministério Público da Rússia. Porém, os russos tiveram problemas em seu vôo, chegaram atrasados e pediram para que o encontro ser adiado.
A delegação deve ir a Brasília hoje. Visitará a Procuradoria Geral da República e, provavelmente, o Ministério da Justiça. Os russos buscam garantias para o tratado de extradição.
Colaborou RENAN CACIOLI, Da Reportagem Local
(Folha de S. Paulo, Folha Esporte, 20/03/2007, p. D-2)

Dirigentes corintianos na mira do Ministério Público

SÃO PAULO - De tanto ler na imprensa brasileira que Boris Berezovski estaria programando uma viagem ao país, o Ministério Público e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) lançaram novamente seus olhares no Corinthians, que já responde a processo de lavagem de dinheiro, crime de competência federal. A novidade agora é que pessoas ligadas ao Timão estão sendo investigadas individualmente por facilitar a chegada do russo ao Brasil.
- É só ir no Google que você vai ver a quantidade de notícias dizendo que o russo vem ao Brasil. Isso tem sido acompanhado de perto. Já disseram que ele viria para discutir o estádio do Corinthians e para o carnaval. Todos aqui sabem que ele é criminoso procurado internacionalmente. Quem ajudá-lo estará cometendo um crime também - revela o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, um dos responsáveis pela investigação.
A movimentação farta de notícias a respeito da vinda de Berezovski motivou o Gaeco a colocar alguns dirigentes na lista negra do Ministério Público. Alguns deles terão até mesmo o sigilo telefônico quebrado. O nome dos cartolas em questão não foi divulgado.
- Pessoas ligadas ao Corinthians estariam fechando contratos com ele (Berezovski). Uma pessoa que sabe do histórico dele, que se trata de um foragido que cometeu crimes internacionais, e ainda assim presta auxílio, também está cometendo um crime de favorecimento pessoal, e responderá por isso - alerta o promotor.
Como o russo também estaria de olho em ações no setor público brasileiro, movimentações em empresas também devem ser monitoradas.
- Foi divulgado o interesse dele na Varig, que sabemos que vive momentos difíceis. Como alguém pode pensar em aceitar o investimento de alguém que faliu a maior empresa aérea da Rússia? - questiona.
Na Interpol, Boris é acusado de participar do desvio de US$ 600 milhões da companhia aérea Aeroflot, após comprá-la do governo russo.
(Globo Esporte, http://globoesporte.globo.com/ESP/0,,AL1494359-4402,00.html, 20/03/2007, 12h55)

Monday, March 19, 2007

Berezovsky acusa Putin pelo envenenamento de Litvinenko

Boris Berezovsky, o magnata russo exilado, apontou Vladimir Putin, Presidente russo, como culpado pelo assassinato de seu amigo Alexander Litvinenko, informou o British Media na segunda-feira.
Numa entrevista à Sky TV o oligarca russo disse que a sofisticada trama de assassinato do ex-agente de segurança com Polônio radioativo, não poderia ter seguido adiante, sem ordens do mais alto escalão.
Ele disse, "eu não acho que Putin deu a ordem para matá-lo por envenenamento com Polônio, mas estou seguro de que Putin está por trás disto e não há nenhuma possibilidade de, sem a participação de Putin, obter-se Polônio e organizar-se semelhante trama."
Berezovsky disse que acredita que Andrei Lugovoi, ex-agente da KGB, foi responsável pela execução do assassinato.
Acrescentou ainda, "eu tenho que aceitar que há 90% de probabilidade, ou talvez mais, dele ser o assassino. Mas do lado emocional, eu não estou preparado para isso."
Lugovoi, que se encontrou com Litvinenko logo antes da sua morte, negou qualquer envolvimento com o caso e os investigadores britânicos informaram que consideravam-no uma testemunha e não um suspeito.
Litvinenko, de 43 anos de idade, um crítico feroz do Presidente russo Putin, morreu num hospital de Londres em novembro, depois de ingerir uma grande dose do material radioativo Polônio-210. Em sua última declaração ele acusou Putin de assassiná-lo.
A polícia britânica está tratando a morte de Litvinenko como assassinato e oficiais da Scotland Yard viajaram para a Rússia, como parte de sua investigação. Promotores russos planejam viajar à Grã-Bretanha para interrogar Berezovsky, que vive exilado em Londres.

MosNews

(MosNews, http://www.mosnews.com/news/2007/03/19/bereza.shtml, 19/03/2007)