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Noticiário - Antonio Roque Citadini

Wednesday, February 13, 2008

Polícia Investiga a Morte de Oligarca Georgiano

Guardian
13 de fevereiro de 2008.
A Polícia Distrital de Surrey, anunciou hoje, 13/02, que está enviando sua principal equipe de investigação criminal para verificar a morte de Badri Patarkatsishvili, 52, oligarca georgiano, que vivia na Inglaterra, Patarkatsishvili, empresário bilionário com aspirações políticas, foi encontrado morto em sua casa em Leatherhead, depois de aparentemente ter sofrido um ataque de coração.
A Polícia está tratando a morte como suspeita.A autópsia está marcada para esta noite. Os resultados serão divulgados amanhã. As relações anglo-russas ficaram estremecidas depois do alegado assassinato, em solo britânico, de Alexander Litvinenk, ex-espião russo da KGB. A Scotland Yard acredita que ele foi envenenado com um isótopo radioativo e a Inglaterra vem pedindo a extradição de Andrei Lugovoi, ex-agente da FSB, por possível relação com o assassinato.
A Polícia disse hoje que não tinha nenhum indício sobre alguma substância radioativa relacionada com a morte de Patarkatsishvili.A menos de dois meses, Patarkatsishvili que possuía uma fortuna estimada em £6bilhões de libras (US$ 12 bi), expressou preocupações em ser assassinado. “Assim como acontece com todas as mortes repentinas, o fato está sendo tratado como suspeito”, disse o porta-voz da Polícia. Hoje vai ser iniciada uma detalhada autópsia.
“Vai levar algum tempo até chegarmos ao resultado final, como provavelmente, dos testes de toxicologia.”Patarkatishvili, uma figura controvertida na Geórgia, insuflou, em novembro, passeatas contra o Governo. Ele concorreu contra o presidente, Mikhail Saakashvili, nas eleições presidenciais no mês passado, mas teve apenas 7% dos votos. Ele estava sendo investigado por suposta conspiração para derrubar o Governo. Negou as acusações, mas admitiu ter oferecido grandes somas em dinheiro à Polícia para que ela apoiasse os protestos. As manifestações foram violentamente dispersadas. Patarkatsishvili, há apenas quatro anos, ajudou a financiar a "Revolução Rosa" que levou Saakashvili ao poder.Ele fazia parte de um grupo de elite no Reino Unido, que contava com outros amigos oligarcas exilados, como Boris Berezovsky, o qual empregava, como advogado particular, o ex-general Lord Goldsmith, e, como porta-voz, o guru de Margaret Thatcher, Baron Bell.Em 2006, Patarkatishvili e Berezovsky tentaram em vão comprar o time de futebol West Ham UnitedEle tinha inimigos no estrangeiro, um deles o presidente russo, Vladimir Putin.
Berezovsky, que descreveu Patarkatsishvili como o seu “amigo mais querido", afirmou que ele não estava doente, mas tinha se queixado do coração durante o seu encontro na véspera.
A morte dele incitou especulações sobre a possibilidade de uma força mais sinistra do que a da natureza ter tido participação no seu ataque cardíaco. Em dezembro, Patarkatsishvili declarou ter obtido uma gravação de 45 minutos, a qual registrava uma conversa de um funcionário do Ministério do Interior da Geórgia pedindo a um senhor da guerra checheno que o assassinasse durante sua visita a Inglaterra ou a Israel, onde ele também tinha uma propriedade. Foram publicadas transcrições da gravação no Sunday Times."Eu acredito que eles querem me matar”, disse ele. Patarkatsishvili contratou para representá-lo, Lord Goldsmith, que o alertou para que levasse a ameaça "muito a sério".
Um grande analista georgiano declarou que era muito pouco provável que o Governo da Geórgia tivesse assassinado Patarkatsishvili, apesar de ele ser um franco crítico do regime.
O Governo, liderado por Mikhail Saakashvili, não tinha a capacidade para articular um assassinato na Inglaterra, disse Zaza Gachechiladze, editor chefe do Georgian Messenger, ao Guardian.
"Eu não acho que ele tenha sido morto por alguém da Geórgia. Tecnicamente, nós não temos muitas possibilidades. Não temos um serviço de inteligência muito sofisticado", disse Gachechiladze.
Patarkatsishvili fez sua fortuna na Rússia durante os anos noventa, disse Gachechiladze, trabalhando com Berezovsky. Mas a verdadeira fonte da riqueza dele é desconhecida. "Em um período de transição, infelizmente, o dinheiro não é limpo. A maior parte é sujo. Badri fez a sua fortuna, mas eu não sei onde nem como", disse ele.Patarkatsishvili, que morou na Rússia entre 1993 e 2001 e vive com a esposa e duas filhas, também era procurado pelas autoridades russas.
Ele enfrentava acusações de roubo de carros do maior fabricante da Rússia, a AutoVAZ, nos anos noventa, e de conspirar uma fuga da custódia policial em 2001, de um sócio que estava sofrendo uma investigação por fraude.
Apesar do muitas discussões legais, Gachechiladze descreveu Patarkatsishvili como uma “figura agradável e quieta" que apoiou numerosos projetos patrióticos na Geórgia inclusive hospitais para crianças com câncer, além de esportes como xadrez, futebol americano, basquetebol e luta.
Perguntado de como o seu público moderado lidava com a sua reputação de ser um oligarca ferozmente próspero, Gachechiladze disse: “O Homem é um ente harmonioso feita de elementos desarmônicos.”