Inquérito perdoa os Hammers
The Guardian
O West Ham United reuniu 5.000 torcedores no sábado, mas não tinha razão alguma para que eles se preocupassem: já tiveram seu milagre. Ou uma carnificina, talvez alguns digam. Vinte e quatro horas antes, cortesia da investigação da Premier League no caso de Carlos Tevez, o West Ham recebeu uma multa de £5.5milhões de libras por quebra do regulamento, mas nenhuma dedução de pontos.
Apesar de a Premier League ter considerado que o West Ham forjou "uma mentira deslavada" sobre o tipo de contrato de Tevez para acomodar o argentino em Upton Park, no último dia da janela de transferências, em agosto de 2006, e apesar das suspeitas, desde então, sobre a integridade de seus negócios, só na sexta-feira, em meio a uma opressiva batalha de punição, a liga decidiu impor uma multa.
Quando finalmente ocorreu, a multa ficou longe de ser a devida penalidade. Aparentemente £5,5milhões de libras parecem ser uma punição severa, mas, analisando bem, é muito melhor para o West Ham permanecer e prosperar, pois será à custa de outro clube que não receberá novos direitos de TV e tudo o mais que significa para um clube poder competir nesta divisão.
Então, pra variar, o resultado de sábado relembrou os antigos ditados sobre onde há fumaça há fogo. Assim como Alan Curbishley disse, depois desta salvação pela vitória, que o West Ham agora tem "força" e depois conseguirá a permissão para novo registro de Tevez e também pensará em uma Copa do Mundo logo à frente. Alguns fãs do West Ham podem questionar sobre qual a contribuição de Tevez desde sua chegada com Javier Mascherano, mas ninguém está disposto a argumentar que não presenciou a participação de Tevez aqui, nem no segundo ou no terceiro gol, ou sua total prontidão para lutar pela equipe. Se £5,5milhões de libras fossem a custo pela transferência de Tevez, quem iria criticar? Nem Curbishley, nem Paul Jewell.
O jogador é aparentemente inocente, assim como Curbishley, mas se o West Ham encarar a assinatura do contrato de Tevez como um mero erro administrativo feito pela antiga administração, sua credibilidade já abalada estará correndo ainda mais perigo.
Scott Duxbury continua trabalhando no clube, é seu representante jurídico, o mesmo que, de acordo com a comissão independente da Premiership, "enganou" a Liga sobre os proprietários de Tevez e de Mascherano. Como?
Portanto, numa tarde que deveria ter sido celebrada pelo West Ham, o gosto foi amargo, e levantou muitas dúvidas sobre a competição. No sábado, foi aguçada a curiosidade de saber quem é mais importante para o futebol inglês: Curbishley, Jewell ou Pini Zahavi? E quem possui os jogadores do PSV Eindhoven? Quem é o proprietário do Corinthians, antigo clube de Tevez? Quem é o dono do Royal Antwerp ou do Beyeren, na Bélgica?
Quais os outros clubes europeus que existem como “satélites” e são fracionados, existindo para propiciar facilidades à Premiership – interesses prioritários – enquanto nos pequenos times as transferências levam mais tempo para se completar?
Assim como o Wigan Athletic vacilou no pontapé inicial e foi piorando, Jewell deveria desejar a possibilidade de apressar aproximadamente oito de suas transferências. Robert Green não foi notável, mas o seu oposto, John Filan, assegurou seu lugar na súmula da partida com uma louca carga da sua linha em meia hora. Luís Boa Morte, acionando a disputa com Lucas Neill, apenas teve que levantar a bola sobre Filan que então concluiu.
Os londrinos estavam no caminho, e quando Yossi Benayoun fez seus 2-0 aos 57 minutos, com um gol iniciado por Tevez e George McCartney, os pontos foram para o West Ham. O Wigan estava terrível e aos 82 minutos, Tevez lançou para Nigel Reo-Coker que, através de Boa Morte, preparou o substituto Marlon Harewood para o terceiro.
O West Ham se juntou ao Wigan com 35 pontos. A diferença de gols entre o Wigan e o West Ham era de 11 gols a favor do Wigan, antes do inicio do jogo. No final era de cinco. "Entramos nervosos, sem criatividade, desprovidos de energia", disse Jewell, "parecia que ser o dia deles. Estamos nos sentindo horríveis agora, mas inda estamos numa posição melhor do que a do West Ham e do Charlton. Minha preocupação é a de nós não ganharmos outra partida". O próximo jogo será com o Middlesbrough, em casa, então o Wigan é favorito.
Quanto ao Curbishley, ele deve repetir: "Nós nos demos uma chance". Eles têm, mas sua corrida em campo é ajudada pela direção do vento.
O homem do jogo: Carlos Tevez (West Ham United)
Jogos restantes:
Wigan Athletic: 05 de Maio – Middlesbrough(h);
13 de Maio - Sheffield Utd (a).
West Ham United: 05 de Maio - Bolton (h);
13 de Maio - Man Utd (a).
(The Guardian, http://football.guardian.co.uk/Match_Report/0,,2068463,00.html, 30/04/2007)
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