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Noticiário - Antonio Roque Citadini

Friday, June 22, 2007

Rússia investiga ligação de Berezovsky na morte de ex-espião

Advogado critica Scotland Yard por suspeitar apenas de Logovoi no caso Litvinenko

Associated Press

MOSCOU - Investigadores russos estão estudando o envolvimento do magnata Boris Berezovsky no envenenamento do ex-agente da KGB Alexander Litvinenko, assassinado em Londres, em 2006, informou o chefe do Comitê de Investigação Nacional russo nesta sexta-feira, 22.

O advogado Alexander Bastrykin, atual chefe do comitê, criticou a Scotland Yard por focar sua investigação em apenas um suspeito - Andrei Lugovoi - e ignorar outras possíveis provas, informaram as agências de notícias Itar-Tass e Interfax.

"Nós temos outras versões", ressaltou Bastrykin. Quando questionado sobre o envolvimento de Berezovsky na morte do ex-agente da KGB, o advogado afirmou: "Nós ainda não descartamos essa possibilidade." Exilado em Londres desde 2000, Berezovsky, um antigo funcionário do Kremlin e ferrenho crítico do presidente Vladimir Putin, nega as acusações russas de seu envolvimento.

Litvinenko morreu em 23 de novembro de 2006 em um hospital de Londres após ter ingerido a substância radioativa Polônio-210. Em uma declaração antes de sua morte, ele acusou Putin de estar por trás de sua morte.

O envenenamento alimentou especulações sobre o envolvimento de oficiais russos e sujou a imagem do presidente russo no Ocidente, já bastante afetada por acusações de falsa atuação democrática e ameaças contra os direitos humanos. Aliados do Kremlin tentaram conter as acusações sugerindo que o assassino, na verdade, seria um possível inimigo de Putin, como Berezovsky.

Em maio, o Reino Unido acusou Andrei Lugovoi, empresário e ex-agente da KGB, pela morte do colega. Na ocasião, Londres exigiu a extradição do ex-agente para que ele pudesse ser julgado em um tribunal britânico.

Em resposta, Putin classificou o pedido de "estupidez", citando uma proibição constitucional para a extradição de cidadãos russos.

Autoridades russas esperam virar a mesa do jogo sobre os britânicos revelando suas próprias provas de uma investigação conduzida por Lugovoi, que chegou a afirmar que o serviço secreto do Reino Unido, o MI-6, e Berezovsky têm parte na morte de Litvinenko.